De acordo com os padrões propostos pela Organização Mundial da Saúde, a Morte Materna abrange todas as mulheres que morrem em decorrência de complicações da gravidez (eclâmpsia, hemorragia gestacional, complicações de aborto) dentre outras complicações de alguma doença pré-existente (cardiopatias, diabetes, hipertensão arterial crônica, dentre outras) ou de alguma doença que se instala durante a gestação ou puerpério (período também conhecido como resguardo ou quarentena) sendo consideradas todas as mulheres desde o início da gravidez até completar um ano de puerpério. As políticas públicas de saúde têm criado propostas para a redução da morte materna no Brasil e no Mundo. Em 1987, a Conferência Internacional sobre Maternidade Segura realizada em Nairobi, no Quênia, iniciou uma discussão de proporções internacionais sobre a problemática da morte materna.
Onde as mortes maternas acontecem?
O Comitê de Mortalidade Materna do Município de São Paulo vem pesquisando a situação danossa cidade de forma oficial desde 1993, constatando que são as mulheres pobres, moradoras da periferia, com baixa escolaridade e com acesso restrito a serviços de saúde de qualidade são as mais vulneráveis.
Causas da mortalidade materna
As principais complicações, que representam quase 75% de todas as mortes maternas, (dados da organização Pan Americana da Saúde, agosto 2018), são:
- Hipertensão (pré-eclâmpsia e eclâmpsia);
- Hemorragias graves (principalmente após o parto);
- Infecções (normalmente depois do parto);
- Complicações no parto;
- Abortos inseguros.
A redução desse indicador no Brasil é ainda um desafio para os serviços de saúde e a sociedade como um todo. A Secretaria de Estado São Paulo vem adotando uma série de medidas para melhoria da qualidade da atenção à saúde da mulher.
Para reduzir a morte materna, é colocado em pauta políticas para fortalecer a humanização do atendimento das gestantes, a melhoria da atenção pré-natal, nascimento e pós-parto, assim como instituídos medidas de orientação e qualificação dos profissionais de saúde, tanto no âmbito da atenção básica como naquele de urgência e emergência. Para o bebê, são inchaço nas pernas ou braços, corrimento ou secreção vaginal com odor desagradável, ardor ao urinar.
Como vidas de várias mulheres podem ser salvas
A maioria das mortes maternas é evitável, pois as soluções de cuidados de saúde para prevenir ou administrar complicações são bem conhecidas. Todas as mulheres precisam ter acesso a cuidados pré-natais durante a gestação, cuidados capacitados durante o parto e cuidados e apoio nas semanas após o parto. A saúde materna e do recém-nascido estão intimamente ligadas. Estima-se que aproximadamente 2,7 milhões de recém-nascidos morreram em 2015 e houve outros 2,6
milhões de natimortos. É particularmente importante que todos os partos sejam assistidos por profissionais de saúde qualificados, uma vez que o tratamento oportuno pode fazer a diferença entre a vida e a morte da mãe e do bebê.
A pré-eclâmpsia deve ser detectada e adequadamente tratada antes do início das convulsões (eclâmpsia) e outras complicações potencialmente fatais. Administrar drogas como sulfato de magnésio a pacientes com pré-eclâmpsia pode diminuir o risco de eclâmpsia.
A hemorragia grave após o nascimento pode matar uma mulher saudável em poucas horas caso ela não seja atendida tempestivamente. O uso de oxitocina logo após o parto é uma medida eficaz que previne até 60 % dos casos de hemorragia puerperal. A infecção após o parto pode ser eliminada se uma boa higiene for praticada e se seus primeiros sinais forem reconhecidos e tratados em tempo oportuno.
Para evitar mortes maternas, também é vital prevenir gestações indesejadas e precoces. Todas as mulheres, incluindo adolescentes, precisam ter acesso a métodos contraceptivos e aos serviços que realizem abortos seguros na medida em que a legislação permita e uma atenção de qualidade após o aborto.
Fonte:
Ministério da Saúde. Disponível em: http://portalms.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/43325-ministerio-da-saude-investe-na-reducao-da-mortalidade-materna. Acesso em: 20/05/2019.
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Mortalidade materna. Disponível em:https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5741:folha-informativa-mortalidade-materna&Itemid=820. Acesso em: 20/05/2019
Prefeitura de São Paulo.Programa de Redução da Mortalidade Materna. Disponível em: https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/saude_da_mulher/index.php?p=5778. Acesso em 20/05/2019.