Os métodos anticoncepcionais, como a pílula e a camisinha foram duas criações que permitiram um maior domínio da mulher em relação ao próprio corpo e ao planejamento da vida que deseja.
O sexo protegido reduz a possibilidade de uma gravidez e de doenças sexualmente transmissíveis (DST). Desta forma, os jovens passam a ter a chance de programar a hora de ter filhos, sem abrir mão do prazer sexual.
No Brasil, a taxa de natalidade tem diminuído nos últimos dez anos, mas a queda foi pequena em relação aos bebês nascidos de mães adolescentes.
Segundo a pesquisa “Nascer no Brasil: inquérito nacional sobre parto e nascimento”, realizada em 2012 pela Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), 19% das gestantes do Brasil têm entre 12 e 20 anos. Destas, 88% não possuem trabalho remunerado e 58% estão atrasadas na escola.
Apesar dos avanços em relação à prevenção, a grande maioria das gestantes adolescentes recebidas no Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) não planejou a gravidez.
Muitas não usavam nenhum método contraceptivo ou estavam usando de forma incorreta. As gestações ocorrem muitas vezes por falta de informação. “É preciso conversar mais sobre isto em casa e na escola”, diz Socorro Maria, enfermeira do ambulatório do IFF.
A diminuição da idade da primeira menstruação (menarca) e da primeira relação sexual; a dificuldade de cooperação do parceiro; e a falta de diálogo com a família sobre sexualidade são alguns fatores que facilitam a ocorrência de uma gravidez não desejada.
Mas em alguns casos, engravidar cedo faz parte do projeto de vida dos jovens ou é um desejo inconsciente.
Elas desenvolvem um forte sentimento de valorização social durante a gravidez, sobretudo na primeira. “Vemos pais que ficam bravos, dizem que os adolescentes foram inconsequentes, mas acabam paparicando a grávida. Muitas vezes, as meninas mais novas copiam a irmã que já teve neném para serem paparicadas também”, observa Silvana Granado, pesquisadora do Departamento de Epidemiologia e Métodos Quantitativos em Saúde e coordenadora da pesquisa “Nascer no Brasil”.
Gravidez de risco?
A gestação de meninas com mais de 14 anos não é considerada de risco quando elas vão às consultas médicas durante a gravidez, ou seja, fazem o chamado pré-natal.
Muitas vezes, no entanto, as jovens retardam o início deste acompanhamento, por não terem o apoio do pai da criança ou da própria família.
E assim, não atingem o número mínimo de consultas indicado pelo Ministério da Saúde. Isto pode resultar em partos prematuros e bebês de baixo peso.
Mas, de modo geral, a pesquisa ‘Nascer no Brasil’ constatou um aumento do número de grávidas que fazem o acompanhamento pré-natal, em relação a mulheres adultas e às adolescentes, em comparação aos dados de dez anos atrás. “Tínhamos muitos relatos de meninas que eram discriminadas tanto pelos profissionais de saúde quanto pelas outras mulheres na sala de espera e desistiam das consultas. Acredito que isto deva ter melhorado”, avalia Silvana Granado.
Segundo a enfermeira Socorro Maria, do ambulatório do IFF, quando é difícil conversar sobre sexo em casa ou na escola, os jovens costumam trocar informações entre si. “Mas muitas vezes os amigos usam os métodos contraceptivos de maneira errada e passam informações incorretas. Um método pode ser adequado para uma pessoa e não ser para outra.”
Além disto, há situações em que não se imagina estar correndo risco de engravidar e alguns meses depois, o resultado do teste é positivo.
Transar uma só vez sem camisinha, durante a menstruação ou gozar fora, são exemplos de comportamentos que não evitam a gravidez.
Os jovens podem usar a maioria dos métodos anticoncepcionais disponíveis, como pílulas e injeções anticoncepcionais, camisinha masculina e feminina, diafragma, métodos comportamentais (como a tabelinha).
Mas alguns métodos são mais adequados que outros, durante a adolescência.
O ideal é procurar um serviço de saúde para descobrir qual a maneira de prevenção mais adequada para cada caso e fazer acompanhamento periódico para verificar se surgiu algum problema.
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Fonte: Brasil. FIOCRUZ – Fundação Oswaldo Cruz. Comunicação e informação. Fiojovem. Mãe antes dos 20. http://www.fiojovem.fiocruz.br/mae-antes-dos-20
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